sexta-feira, 8 de julho de 2016

PALÁCIO DA QUINTA DA BOA VISTA - FINAL SÉCULO XIX






















No ínicio do século 19, a área chamada Quinta da Boa Vista, um tanto distante do então centro da cidade, pertencia a um rico comerciante Português, chamado Elias Antônio Lopes, que adquiriu um dos lotes, e lá ergueu um casarão em 1803, onde era chamado de "Chácara do Elias". Este casarão dava uma bela vista para a Baia de Guanabara, e daí vem o nome Quinta da Boa Vista. Apesar de não muito usual no Brasil, o termo Quinta em Portugal significa propriedade rural.
Com a mudança de Dom João VI ao Brasil, em 1808, este instalou-se no Paço Real que depois seria chamado Paço Imperial na Praça XV do Rio de Janeiro, que era até então a morado do Vice-Rei. Talvez por motivos de recebimento de favores políticos ou por falta de opção, o comerciante então resolveu doar seu casarão à D. João VI que aceitou a propriedade. Devido à falta de moradias na cidade, diz-se que muitas casas eram confiscadas para uso da corte.
O Palácio Real ou Paço Real foi residência da família real de 1808 a 1821. Após 1822, com a proclamação da Independência do Brasil por D.Pedro I, passou a chamar Paço Imperial, tendo side residência da família imperial de 1822 a 1889, quando foi proclamada a República.
Em 1816 o casarão já reformado, recebeu um portão/pórtico, que foi dado como presente de casamento a D. Pedro I e à futura imperatriz, Maria Leopoldina de Áustria, por um Lord Inglês, o Duque de Northuberland. Este portal passou a ser a entrada do então chamado Paço Imperial na Quinta da Boa Vista. Se trata de uma réplica do pórtico existente na residência do Duque na Inglaterra.
Parece que alguns estudiosos e historiadores dão uma importância enorme á este pórtico, e o mesmo foi tombado pelo patrimônio histórico. Estranho o fato de jogar toda importância no pórtico e tirar o enfoque do casarão original, que obviamente não pode ser tombado pelas inúmeras reformas e interferências, mas certamente como memória arquitetônica ou cultural da vida no Brasil colonial seria um tesouro bem mais interessante de ter a memória preservada ou estudada.
O casarão era tido como a melhor casa de "Quinta" àquela época, possuindo bela vista mas não tinha a imponência ou estilo desejado pelos Reis.
A transformação da construção original em um palácio neoclássico expressa a intenção de magnitude, utilizando-se de uma arquitetura cuja fim em si mesmo seria expressar poder, racionalidade e predomínio sobre a natureza.
A harmônia da antiga construção começou a se perder com instalação do portal, em desarmonia com o estilo da casa já que era cópia de um portico de um palacete na Inglaterra (Sion House) pertencente ao então Duke of Northumberland que presenteou o portal. Nesta época a casa já estava sendo reformada para receber D. Pedro I. Através das sucessivas gravúras de época, pode-se ver que existia planos de transformar sucessivamente a edificação num prédio de feições neoclássicas.

Após a proclamação da República, o palácio sediou os trabalhos da Assembléia Nacional que resultou na Constituição Brasileira de 1891. No ano seguinte, 1892 o Museu Nacional do Brasil mudou-se de sua antiga sede no Campo de Santana para o Palácio da Quinta. Hoje é chamado Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ou Museu Nacional de História Natural ou também conhecido como Museu da Quinta da Boa Vista.


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