sexta-feira, 28 de julho de 2017

HISTÓRIA DAS RUAS DO RIO - O BARÃO E A VILA FAMOSA

João Batista Viana Drummond, primeiro e único barão de Drummond ( Nova Era, antiga São José da Lagoa, na época distrito de Itabira, Minas Gerais, 1 de maio de 1825 — 7 de agosto de 1897), foi um empresário abolicionista e progressista brasileiro do fim do século XIX.





Veio para o Rio de Janeiro, então capital do Império, aos 20 anos de idade. Teve várias ocupações antes de se dedicar ao ramo imobiliário.

Desposou Florinda Gomes Pereira em 1855. Esta senhora não chegou a ser a baronesa de Drummond, pois faleceu em 14 de maio de 1882, antes do marido receber o título de barão, o que ocorreu em 19 de agosto de 1888.

Foi administrador da Estrada de Ferro D. Pedro II, que iniciou as suas atividades de seu primeiro trecho em 1858.

Sendo amigo do Imperador D. Pedro II, adquiriu as terras da Imperial Quinta dos Macacos, vale adjacente ao Morro dos Macacos da Princesa Isabel, por 120 contos de réis. Indo a Paris à época, ficou impressionado com a arquitetura daquela cidade francesa, decidindo urbanizar a área como se fosse um bairro francês, inclusive abrindo um boulevard. O bairro, com o nome de Vila Isabel, foi fundado oficialmente em 3 de janeiro de 1872.

Drummond gostava muito de animais, possuindo diversos espécimes. Tinha autorização para importá-los e criou o primeiro Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, em Vila Isabel, em 1888.

Com a Proclamação da República pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro de 1889, o Jardim Zoológico perdeu a ajuda financeira que tinha do Imperador. Drummond elaborou uma loteria para financiá-lo, onde cada número representava um animal, e cada ingresso do Zoológico dava direito a um bilhete numerado, para concorrer no sorteio do "bicho" do dia no encerramento das atividades do parque. Colocava-se  em uma gaiola coberta por um pano, um animal (bichos de porte pequeno) e dependurava no alto do portão do jardim zoológico. Eram feitas as apostas para descobrir qual era o animal. Parte do dinheiro arrecadado era revertido para a compra de mais animais para o zoológico e a outra para o apostador.Assim nasceu o jogo do bicho. 

Hábil negociante e um empreendedor muito à frente de seu tempo em 1873 visando o projeto de colonização da região, Drummond criou a Companhia Arquitetônica, que tinha como diretor, o Barão de São Francisco, o médico Visconde da Silva, o vereador Bezerra de Menezes e Temistocles Petrocochino. O projeto, de responsabilidade do engenheiro Bittencourt da Silva, previa inicialmente a abertura de 13 ruas que partiriam do boulevard.


    PRAÇA BARÃO DE DRUMMOND INÍCIO SÉCULO XX

Os nomes do bairro e de sua principal rua, foram escolhidos pelos idealizadores tendo em vista uma homenagem a data da assinatura da Lei do Ventre Livre (28/09/1871), enquanto aos principais logradouros, batizaram com nomes de personagens da história considerados abolicionistas notáveis.
A Companhia Arquitetônica, além de ser a responsável pela comercialização de lotes e edificações, também concebeu a principal via do bairro como os boulevards de Paris. Para a garantir o sucesso do empreendimento Drummond criou a Companhia de Bondes Ferro Carril de Vila Isabel, doou terrenos para escolas e igrejas além de ter construído o primeiro Jardim zoológico do País.A Região ganhou novo impulso em 1885, com a inauguração da Companhia de Fiação e Tecidos Confiança Industrial, localizada em Aldeia Campista, entre os bairros de Vila Isabel e do Andaraí.
Uma curiosidade histórica narrada no livro “Vila Isabel de rua em rua” por Lili Rose, ed. Rio, publicado em 2005:
145 anos após a expulsão de Nicolau Durand de Villegangnon, a cidade do Rio de Janeiro sofreu mais uma vez com os franceses. Em 1710, o corsário Jean Francois Duclerc, comandante de uma esquadra de seis navios, tentou apoderar-se da cidade. Não conseguindo entrar pela Baia de Guanabara, navegou ao longo do litoral até Guaratiba. Com mil homens, caminhou pelas matas em direção ao centro da cidade. Atravessou Jacarepaguá, Engenho Novo, Vila Isabel (Fazenda do Macaco), parou na Igreja São Francisco Xavier, na Tijuca (Engenho Velho), chegando finalmente em Santa Teresa. Durante esse trajeto, os franceses não encontraram qualquer resistência, pois eram poucos os moradores nessas regiões. Se assim foi, podemos imaginar que o Caminho do Macaco, atual Boulevard 28 de setembro, serviu de passagem aos piratas franceses...
   A VILA ISABEL DO BARÃO 

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